GARRAFA TÉRMICA TARSILA
Você sabia que por de trás da garrafa térmica Tarsila existe uma grande história?
Tarsila de Aguiar do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973), internacionalmente conhecida como Tarsila do Amaral ou simplesmente Tarsila, é considerada uma das principais artistas modernistas da América Latina, descrita como "a pintora brasileira que melhor atingiu as aspirações brasileiras de expressão nacionalista em um estilo moderno. Ela foi membro do Grupo dos Cinco que era um grupo de cinco artistas brasileiros considerados a maior influência do movimento de arte moderna no Brasil. Os demais integrantes do Grupo dos Cinco são Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Tarsila também foi fundamental na formação do movimento Antropofagia (1928-1929); foi ela quem inspirou o famoso Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade.
Tarsila, Foi uma pintora, desenhista e tradutora brasileira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas.
O Antropofágico, foi um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, principal agitador cultural do início do Modernismo brasileiro, o qual fundamentou o movimento antropofágico. Lido em 1928 para seus amigos na casa de Mário de Andrade, foi publicado na Revista de Antropofagia, a qual Oswald ajudou a fundar com Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado, com a datação de "ano 374 da deglutição do Bispo Sardinha.
Realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris, em 1926. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", marco do Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido e por Raul Bopp. O movimento propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca (Museu de arte) do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.
GARRAFA TÉRMICA TARSILA
Fonte: BBC News Brasil
Super dicas:
Tarsila do Amaral já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, no filme "Eternamente Pagu" (1987).
Também foi retratada nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006).
Visite o Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (MALBA) onde atualmente se encontra a obra Abaporu.
Em 1931, Tarsila ingressou nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro e vendeu alguns quadros de sua coleção particular para poder viajar à União Soviética com seu novo marido, o psiquiatra paraibano Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento político e social. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde Tarsila sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo conseguiu o dinheiro necessário para voltar ao Brasil. Com a crise de 1929, ela perdera praticamente todos os seus bens e sua fortuna.
No Brasil, por causa de sua participação no PCB e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, a partir do quadro “Operários”, a artista inicia uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.
Em 1965, separada do escritor Luís Martins e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara, em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.
Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973 devido a causas naturais.
Fonte: Wikipédia.
Interpretação da obra mais importante de Tarsila
Mas o que é, afinal, o Abaporu? A leitura de Oswald de Andrade e Raul Bopp acabou dominando o imaginário: aquela criatura canibal simbolizaria o brasileiro devorando a cultura europeia e refazendo-a ao seu modo. "Era um grupo maluco que falava que a gente pode comer o europeu e depois criar uma coisa nova", diz Iabutti.
"É uma obra muito interessante, porque traduz o sentimento de brasilidade", prossegue a professora. "Abaporu tem uma composição muito limpa, muito concisa. É uma pessoa agigantada, de uma pessoa com pés e mãos muito grandes, como se fosse o trabalhador. É a representação do brasileiro, sendo visto de baixo para cima, com rosto indefinido, como se não fosse uma só pessoa. Tem a cabeça pequena, os braços e as pernas grandes - uma crítica social."
O quadro mais caro do Brasil
Como o Abaporu não está à venda, a referência mais precisa que pode ser utilizada para estimar seu valor é o seguro feito durante exposições. No ano passado, quando esteve exposto no MoMA, o museu de arte moderna de Nova York, a apólice garantia US$ 45 milhões. Questionados pela reportagem, nem o Masp nem o Malba informaram se o valor foi aumentado para a exibição brasileira.
À BBC News Brasil, o argentino Eduardo Constantini, fundador e presidente do Malba, não economizou elogios à obra.
"Sem dúvida é a peça mais representativa e valiosa da arte brasileira. Sua iconicidade cresce ano a ano, como um mito também da arte latino-americana", pontua. "Seu valor estimado hoje é impossível de ser definido, mas é muito superior a US$ 45 milhões de dólares."